A plataforma online especializada na análise de políticas europeias , viEUws, analisou a estrutura da 12ª Comissão Europeia, que tomou posse a 1 de Novembro, numa elucidativa e útil apresentação. Jean-Claude Juncker avançou com um organograma totalmente novo com o objectivo de retirar protagonismo aos Comissários, transferindo-o para as políticas, o que veio complicar um puzzle que anteriormente era óbvio.
Juncker designou sete Vice-Presidentes que vão liderar diferentes clusters ou project teams, compostas por diferentes Comissários e cujo trabalho vão supervisionar. O objectivo é que as iniciativas políticas sejam devidamente coordenadas, evitando-se propostas redundantes, assim como duplicação de trabalhos entre Direcções gerais. Pretende-se também criar uma estrutura flexível pronta a responder a quaisquer necessidades que surjam no decorrer do mandato. Na prática, isto tem resultado numa multiplicação de reuniões de coordenação mas ver-se-á, com o tempo, se os objectivos são concretizados.
Por último, a apresentação traça o perfil da nova Comissão, desde a ponderação de género, passando pela distibuição entre grupos políticos até à nacionalidade e portfólio de cada um dos Comissários.
Na passada terça-feira, o Papa Francisco dirigiu-se ao Plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Foi a primeira vez, desde 1988, que um Sumo Pontífice discursou em Plenário, e o Papa Francisco aproveitou esta ocasião histórica para enaltecer o papel da União Europeia na promoção dos direitos humanos, da dignidade da pessoa e da democracia. Realçou, ainda, os valores partilhados entre a Igreja Católica e a União Europeia, como sejam a tolerância, o respeito, a igualdade, a solidariedade e a paz.
Mas, aproveitou, ainda, para falar dos desafios do futuro. Chamou a atenção para o ambiente, para a necessidade da criação de emprego e para as políticas de migração.
O Papa Francisco terminou o seu discurso com um repto aos parlamentares e líderes Europeus: "Dear Members of the European Parliament, the time has come to work together in building a Europe which revolves not around the economy, but around the sacredness of the human person, around inalienable values. In building a Europe which courageously embraces its past and confidently looks to its future in order fully to experience the hope of its present. The time has come for us to abandon the idea of a Europe which is fearful and self-absorbed, in order to revive and encourage a Europe of leadership, a repository of science, art, music, human values and faith as well. A Europe which contemplates the heavens and pursues lofty ideals. A Europe which cares for, defends and protects man, every man and woman. A Europe which bestrides the earth surely and securely, a precious point of reference for all humanity!"
O discurso completo do Papa pode ser encontrado aqui, e o vídeo da sua intervenção aqui.
Com a finalidade de contribuir para as negociações sobre o quadro global de desenvolvimento que se iniciam em Janeiro de 2015 (e substituirão os Objectivos do Milénio de 2000), o Parlamento Europeu aprovou esta semana uma resolução, pedindo ao Conselho que permita à União Europeia ter uma posição definida e eficaz naquelas negociações.
De acordo com o Parlamento, essa posição passa por colocar na agenda das negociações assuntos como a erradicação da pobreza, a protecção dos direitos humanos, a igualdade de oportunidades ou a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
O Parlamento, na mesma resolução, exorta os Estados-Membros a alocar pelo menos 0,7% do RNB à ajuda pública ao desenvolvimento, incluindo pelo menos 0,2% para os países menos desenvolvidos e/ou para os países mais vulneráveis.
O Conselho vai discutir este assunto e tomar uma posição sobre o mesmo no próximo dia 14 de Dezembro.
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) examinou os projectos co-financiados pelos mecanismos regionais de combinação de fundos (blending mechanisms) da União Europeia (UE) e produziu um relatório no qual conclui que muitos dos co-financiamentos não se justificaram, pois os investimentos teriam sido realizados mesmo sem a contribuição da UE.
Segundo Karel Pinxten, o Membro do TCE responsável pelo relatório, "É fundamental que o financiamento combinado seja utilizado apenas quando a Comissão possa demonstrar claramente o seu valor acrescentado". Por outro lado, Karel Pinxten chamou ainda a atenção para a necessidade de utilização cuidada destes mecanismos, que pode causar problemas de sobre-endividamento por parte dos países em desenvolvimento.
Não obstante, o relatório reconhece a importância deste tipo de mecanismos financeiros, que terão um papel cada vez mais importante no domínio do financiamento do desenvolvimento.
Os mecanismos regionais de combinação de fundos, como o Fundo Fiduciário UE-África ou a Facilidade de Investimento para a América Latina, são cada vez mais utilizados no quadro do apoio financeiro europeu ao desenvolvimento de países terceiros. O seu objectivo é, por um lado, alavancar fundos privados e, por outro, contribuir para que projectos de desenvolvimento se tornem "bancáveis".