Os estados-membros devem poder exportar para fora da União resíduos radioactivos, desde que o seu processamento respeite as regras de segurança comunitárias. O Comité da Energia do Parlamento votou favoravelmente a exportação destes resíduos na discussão sobre o projecto de directiva relativo à gestão de resíduos radioactivos e de combustível irradiado. Os eurodeputados pretendem ainda a implementação de medidas mais rígidas relativas à formação, segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos na gestão destes resíduos.
Os trágicos acontecimentos ocorridos no Japão e o eminente perigo de catástrofe nuclear na central de Fukushima, precipitaram o debate sobre a segurança das centrais existentes na UE.
Para evitar perigos futuros todas vão ser sujeitas a testes de segurança contra riscos de tremores de terra, tsunamis, ataques terroristas e cortes de energia.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, coloca a hipótese de referendar a construção de duas centrais nucleares, depois dos partidos de esquerda, membros da oposição, o terem proposto. A Polónia planeia a construção de dois reactores nucleares de 3 GW (Gigawatts), por forma a reduzir a sua elevadíssima dependência energética do carvão (90%) e as altas taxas de emissão de CO2 para a atmosfera. Antes da catástrofe de Fukushima, no Japão, os polacos manifestavam-se claramente a favor da construção das centrais nucleares, mas, após o incidente, os partidários do “não” aumentaram exponencialmente nas sondagens.
Os graves desenvolvimentos na central nuclear de Fukushima, no Japão, dominam as atenções na União Europeia. O Comissário responsável pela Energia, Günther Oettinger, que apelidou os eventos de “apocalipse”, anunciou a realização de testes de esforço às instalações nucleares europeias até ao final do ano. Os testes incidirão sobre a possível ocorrência de actividades sísmicas e a iminência de tempestades ou inundações. Alguns eurodeputados já alertaram para a necessidade de avaliar outros potenciais cenários, como os ataques terroristas. Segundo Oettinger, o aspecto mais importante destes testes será assegurar normas europeias comuns de segurança. A Comissão Europeia espera que os testes possam igualmente realizar-se nos países vizinhos, como a Suíça, Turquia ou Rússia.