A Comissão Europeia publicou um relatório sobre a evolução no que respeita às metas estipuladas em matéria de energias renováveis nos Estados-Membros. Este documento conclui que a União Europeia progride na direcção certa para a alcançar a meta europeia de utilização de 20% de energias renováveis, até 2020.
Este sector, com um valor de cerca de 130 mil milhões de euros por ano, emprega mais de 1 milhão de pessoas e exporta anualmente 35 mil milhões de euros.
O relatório demonstra que a Directiva de Energias Renováveis produziu efeitos positivos, como a redução das emissões brutas de CO2 e a redução da procura de combustíveis fósseis na UE; é cada vez menos recorrente a utilização destes tipos de fontes de energia.
Portugal, apesar de a sua meta específica ser de 31% de utilização de renováveis, é já um caso de sucesso: 25,7% da energia consumida no país já provém de fontes renováveis (hidroeléctrica, eólica, entre outras).
Na sua reunião do final de Outubro, os líderes europeus acordaram em reduzir as metas de emissão de gases de estufa e aumentar a eficiência energética e o contributo dos renováveis. Acordaram também em aumentar a interconectividade das redes eléctricas nacionais, avançando para a criação a União Energética.
Com esta decisão, a Europa espera marcar a sua posição junto de grandes países poluidores (ex. China), nas vésperas da cimeira da ONU, em Paris, em 2015, onde se quer alcançar um acordo legal para os limites de emissão de gases de estufa. Por outro lado, uma maior interconectividade diminuirá a dependência no gás russo.
Contudo, os líderes europeus incluíram no texto uma cláusula de salvaguarda, que permitirá aos Estados-Membros voltar aos objectivos climáticos originais depois das negociações da ONU. Adicionalmente, o objectivo acordado para a eficiência energética, não vincula legalmente os Estados-membros e é ligeiramente mais baixo do que a Comissão Europeia pretendia (30%).
Portugal e Espanha insistiram que a França impede que comercializem o seu excesso de produção energético e queriam alcançar um acordo que obrigasse cada Estado-Membro a disponibilizar 15% da sua capacidade de produção a outros países da União. Em vez disto, foi acordado que a comercialização seria aumentada em 10%, com prioridade para Portugal, Espanha e países do Báltico, apelidados de Ilhas Energéticas.
Em Copenhaga, nos dias 23 e 24 de Maio, terá lugar a Feira Energy Europe, que este ano promove a iniciativa Energy Match.
A Energy Match é um evento de ‘matchmaking’, que visa facilitar o contacto entre potenciais parceiros de negócio, promovendo a realização de reuniões bilaterais entre empresários europeus.
Este evento é co-organizado pela Rede Enterprise Europe Network em Portugal, através do Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro.
As empresas interessadas em participar devem registar-se online, descrevendo a sua actividade e o tipo de parceria pretendida, até ao próximo dia 8 de Maio.
O continente europeu adquiriu dois terços dos painéis solares em 2011, atingindo uma capacidade fotovoltaica de 18,5 GW. Chegou, assim, uma capacidade global de 52 GW. Anualmente, estes valores correspondem às necessidades energéticas da Áustria, ou a 2% da totalidade dos países europeus.
Na última década, a indústria fotovoltaica cresceu uma média de 40%/ ano e os custos decresceram 60%. Para este resultado, em muito contribuiu a meta colocada pela União Europeia: até 2020, as necessidades energéticas da UE devem provir de fontes renováveis. Todas estas informações estão no último relatório sobre a temática do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.
Não obstante os progressos atingidos e os investimentos efectuados, as tecnologias europeias da energia das ondas e das marés pode desiludir as expectativas para 2020 e demorar mais uma década para contribuir de forma significativa para o abastecimento energético,
De facto, apesar dos desenvolvimentos verificados neste domínio, os números decepcionaram as expectativas: para oito mil milhões de euros em investimentos, apenas deverão ser geradas umas centenas de megawatts em 2020.
Os especialistas afirmam que são necessários muitos mais investimentos públicos até os projectos atingirem a fase comercial, sendo ainda necessárias subvenções até ser alcançado o estágio de rentabilidade das tecnologias. Mas em tempo de crise, outras prioridades se impõem.
De acordo com a Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica, o mercado europeu da energia solar apenas poderá competir de forma generalizada com o mercado da energia convencional no final da presente década, na medida em que ainda depende largamente de apoios estatais. Contudo, a mesma associação avançou a informação de que em alguns países essa competitividade poderá ser atingida em dois ou três anos, como é o caso da Itália.
Estas informações resultam de um estudo que se debruçou sobre os cinco grandes países europeus do mercado solar: Alemanha, Itália, França, Espanha e Grã-Bretanha.
Arranha-céus com vidros absorventes, uniformes militares alimentados a raios solares e painéis a flutuarem por rios e mares. A Solaris Synergy, empresa de Jerusalém, quer painéis solares a flutuar nos espaços fluviais e marítimos e não a ocupar extensões enormes de terreno. No Sul de França, a Solaris e a gaulesa EDF, testam estes painéis em águas revoltas e os resultados podem ser revolucionários. A Universidade de Glasgow e o departamento de Defesa do Reino Unido colocaram células solares em uniformes militares que aquecem ou arrefecem consoante as necessidades e permitem maior mobilidade aos utilizadores. E o Instituto Fraunhofer, na Alemanha, investiga métodos de revestimento ultra-absorventes de luz solar que tornem os edifícios energeticamente mais eficientes. Três novos protótipos a indicar que a energia solar ainda tem muito por explorar.
O programa da Comissão Europeia NER 300 tem como objectivo financiar projectos para captura e armazenamento de carbono e projectos de tecnologias inovadoras no sector das energias renováveis. Este ano, os estados-membros submeteram um total de 78 propostas para projectos nestas áreas. A Comissão vai agora avaliar as propostas juntamente com o Banco Europeu de Investimento e os resultados serão conhecidos no segundo semestre de 2012.
Segundo um estudo publicado pela European Ocean Energy Association (EU-OEA), a energia produzida por ondas e marés pode sustentar 15% da energia europeia, além de poupar 136,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono enviado para a atmosfera.
A tecnologia necessária para o aproveitamento deste tipo de energia ainda está em fase muito recente, contudo as perspectivas são bastante optimistas. Países como Portugal e outros com costas marítimas generosas são propícios ao desenvolvimento quer de infra-estruturas quer das tecnologias necessárias.
Inspirada nos objectivos da Europa 2020, a União Europeia caminha em direcção ao mercado comum de energia.
No fim do mês de Junho, os estados membros devem apresentar um roteiro sobre o desenvolvimento, a nível nacional, de energias renováveis.
Associações que representam gigantes do sector energético, European Wind Energy Association and Eurelectric, comentaram que para a Europa colher os benefícios de uma investimento em larga escala em energias renováveis, é preciso haver uma abordagem europeia no desenvolvimento da rede eléctrica. Para que isto aconteça é necessário que os roteiros nacionais sejam integrados no plano de desenvolvimento da rede eléctrica para os próximos 10 anos, desenhado pelos operadores da rede europeia de energia.
O próximo grande desafio para Europa em matéria de energia será tornar possível a inclusão de grandes quantidades de energia renovável na rede eléctrica. O problema é que diferentes áreas geográficas criam energia por métodos diferentes. Por isso é preciso fazer com que a rede eléctrica seja mais susceptível a alterações na procura e oferta. Para isto, são necessários upgrades à rede energética.
Em suma, vai ser necessário investir e regular muito em matéria energética, nos próximos anos.
Estas tecnologias ainda não estão plenamente desenvolvidas, porque há questões como o transporte ou integração de grandes volumes de energia na rede eléctrica, que têm de ser resolvidos. Se estes problemas forem ultrapassados, é possível que esta tecnologia possa competir com os combustíveis fósseis em edifícios residenciais e comerciais.
A directiva relativa à eficiência energética dos edifícios foi adoptada pelo Conselho Europeu no dia 14 deste mês. A directiva vem harmonizar os procedimentos nos Estados-Membros no que diz respeito aos sistemas de aquecimento, ar condicionado, ventilação e iluminação dos edifícios residenciais e terciários, novos e já existentes. A proposta estipula ainda prazos para atingir o objectivo ambicioso de consumo baixo ou nulo de energia: para edifícios públicos até 2018 e para novos edifícios até 31 de Dezembro de 2020.
Um estudo coordenado pela European Wind Energy Association revela que o tempo que a indústria espera para obter uma licença de construção para turbinas eólicas varia entre 9 meses a 58 meses na UE. De acordo com o estudo, para atingir os objectivos estipulados pela UE em 2020 – incluir pelo menos 20% de energias renováveis no total das necessidades energéticas – as licenças têm que ser pedidas pelo menos até 2015 nos países menos eficazes na resposta às licenças de construção. Dos 22 Estados-Membros estudados, Portugal ocupa a última posição da tabela, onde o tempo de espera para se obter uma licença é de 58 meses – quase 5 anos – e o número de autoridades que se deve contactar é de 14.