A Associação Europeia dos Consumidores promoveu um inquérito na Áustria, em França, na Polónia e na Suécia, que concluiu que o país de origem é um critério-chave utilizado na compra de produtos alimentares pelos consumidores europeus.
Mas não é fácil descobrir de onde provêm todos os produtos comercializados na União Europeia (UE), uma vez que essa informação muitas vezes não é fornecida e também porque a indicação de “made in” ou “produto de” não permite frequentemente verificar onde o produto foi de facto transformado ou até produzido.
Na verdade, na UE apenas é obrigatório os rótulos certificarem a origem de produtos como o azeite, o peixe (não enlatado ou preparado), a carne de bovino, a carne de aves fresca ou congelada de origem fora da UE, o vinho, a maioria dos frutos e vegetais, o mel e os ovos. A rotulagem de todos os outros produtos alimentares, a verificar-se, é voluntária.
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (AESA) rejeitou, desde 2009, 80% das candidaturas da indústria alimentar para incluírem na rotulagem dos seus produtos alegações nutricionais. A AESA, responsável pela avaliação científica das alegações nutricionais e de saúde dos alimentos, justifica este número com a falta de informação que os candidatos forneceram. Entre as alegações nutricionais autorizadas estão o efeito da cafeína no aumento da resistência física, o efeito antioxidante do azeite, e o efeito positivo das nozes no funcionamento dos vasos sanguíneos.
Depois de se ter chegado a acordo sobre a indicação obrigatória da origem de vários tipos de carne ou sobre a responsabilidade dos retalhistas na informação que é fornecida aos consumidores, o sistema de rotulagem europeu encravou na questão da disposição da informação nutricional. O Parlamento Europeu acha que a informação sobre as quantidades de sal, açúcares, etc. deve constar, obrigatoriamente, na frente da embalagem, mas o Conselho decidiu ignorar esse requisito. Se não alcançarem um acordo durante a segunda leitura, esperada para Julho, é possível que o sistema de rotulagem europeu fique em stand by por mais uns anos.
Para isto vai passar a ser obrigatória a declaração nos rótulos das embalagens do valor energético dos alimentos, das quantidades existentes de certos nutrientes (gorduras, saturados, açúcares, sal e proteínas) e a indicação do país de origem dos produtos.
Fora desta regra ficam os produtos não embalados e as bebidas alcoólicas.